sábado, 27 de fevereiro de 2016

Jejuar é preciso? Qual sua importância?


Por Jarivelton Rangel


“Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?"
Lucas 5:33

Jejuar nem sempre é uma prática entendida no meio cristão, por que devemos jejuar?No texto acima Jesus responde aos discípulos de João que enquanto Ele estivesse junto dos seus discípulos, não seria necessário que eles jejuassem, Jesus com sua fala nos ensina que a prática do jejum não é simplesmente se abster de alimentos, mas vai além disso.

Os fariseus sempre buscavam se justificar por meio de suas práticas religiosas, mas jejum não é um ritual religioso, é algo pessoal, é entre quem jejua e Deus.


”E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.”
Mateus 6:16

Praticar o jejum não consiste em barganhar com Deus, ele não serve como um sacrifício que eu faço para então Deus ter por obrigação atender o que peço. O jejum muda a pessoa que o pratica e não a Deus, os favores que Cristo nos concede não é porque fazemos algo para merecê-los, mas é pura graça.

Então jejuar não é para sermos vistos como mais santos e espirituais, não é um ritual religioso e nem é para mudar Deus e fazê-lo atender o que peço, então o que seria?


“Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”
Mateus 6:17,18

Jejuar não é apenas se abster de alimentos, mas também de tudo que tire o foco de Cristo, estar em jejum é estar em oração, num momento de busca intensa por Deus se desligando de tudo que tire seu pensamento de Jesus. O jejum caminha junto com a oração, os dois devem ser praticados neste momento, devemos estar a sós com Deus em oração e súplica.
Estar em jejum não é ficar de barriga vazia vendo tv, com a cabeça cheia dos afazeres de trabalho ou casa, não é fazer qualquer outra coisa que não seja buscar intimidade e aproximação com o Espírito.

A recompensa pública que o texto nos ensina é o fruto do Espírito sendo visto em nós, tamanha é a busca que começamos a expressar Deus em nosso comportamento, atitude e decisões de uma forma mais forte, será visível que a os laços de intimidade com Jesus se estreitaram.

Jejuar é preciso e tem muita importância, não é uma obrigação ou sacrifício, mas um privilégio. Em momento de dificuldade, lutas e provações fazer jejum fortalece nossa fé, tendo a fé fortalecida caminhamos com confiança no poder de Deus descansando em sua soberania, seja o que for que esteja acontecendo ao nosso redor, seja o fim que for que qualquer situação tenha, estamos certos de que Jesus está sempre no controle.

Não é que jejum nos confere poderes de resistir o mal ou combater contra ele, não é o ritual em si, mas sim nossa inclinação em nos afastarmos das coisas desta vida e estar mais conscientes da vontade de Deus, como no caso dos discípulos ao tentarem expulsar um demônio:


“Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.”
Mateus 17:19-21

Jesus ensina que é preciso ter fé e esta fé deve ser praticada e fortalecida, nisso orar e jejuar é o caminho para estar mais intimo de Deus e mais forte. Não é o fato de praticar um ritual religioso de oração e jejum que um demônio e expelido, mas sim diante da autoridade e poder do nome de Jesus e Ele está dentro de todo aquele que ouve sua palavra e faz sua vontade.

Sejamos iluminados pelo Santo Espírito... bom caminho!

Jarivelto Rangel é Teólogo
Administrador e
escritor do Literatura Teológica

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"Ai de mim!..."


Por Clayton Senziani


"A gente entende que ter a mente de Cristo é estar debaixo de Sua luz. E quem está debaixo da luz de Cristo de verdade a primeira coisa que ele enxerga é a si mesmo. E a única coisa que pode sair da boca é: AI DE MIM!" (Pr Neil Barreto)

“Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana” (Gálatas 6.3)

A bíblia nos ensina que devemos avaliar a nós mesmos (1Co 11.28, Gl 6.4). Quando uma pessoa se avalia, quando uma pessoa olha para si mesmo, como citado pelo pastor Neil, a única expressão sincera que ela pode dar é clamar por misericórdia. Quando olhamos para nós mesmos e analisamos, podemos ver o quanto necessitamos do amor e perdão de Deus, compreendemos a verdadeira essência do que é ser cristão. O cristianismo não prega salvação meritória, isto é, salvação por merecimento. Disso todos nós sabemos. E esse entendimento nos mostra como devemos agir em nosso cotidiano, nos aponta para coisas básicas como não se achar maior do que ninguém, por exemplo.

A soberba é uma grande tentação que todos nós sofremos. Não devemos olhar para as pessoas de maneira vertical, mas sim de forma horizontal. As fraquezas do outro incomodam quando são diferentes das nossas, passamos, então, a olhá-las com desprezo. Lamentável... A Palavra nos ensina que o corpo de Cristo só é edificado por meio do amor (Ef 4.15), não por competição. Quando olhamos para o outro com olhar horizontal, passamos a entender que suas fraquezas são como as nossas, assim, fechamos as portas para toda ação maligna de acusação e competição.

Não estamos aqui para competir santidade, mas sim para nos edificarmos em amor. Quando olho pra mim e manifesto-me de forma sincera (Ai de mim!), entendo que sou apenas mais um que carece daquilo que só Deus pode me dar, passo a ser um servo humilde perdoado ao invés de um soberbo cego que caminha para a perdição (Pv 1.32). O Reino de Deus é para os que se arrependem e não para os que se julgam melhores. Que Deus nos guarde do engano!

Clayton Silva Senziani é estudante de teologia
na Universidade Metodista de SãoPaulo

e seminarista atuante na Igreja Metodista em Osasco/SP